Conheça mais a história das festas juninas - Bloogao

Conheça mais a história das festas juninas

Entre os meses de junho e julho, comemoramos no Brasil as festas juninas. É uma das datas mais amadas pelos brasileiros depois do Carnaval, pois tem arraial, tem brincadeiras e muita comida típica. As festividades juninas prestam homenagem a três santos da igreja católica: Santo Antônio, São João e São Pedro. No início era chamada de festa joanina, em alusão a São João.

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Mais uma vez, quem trouxe a tradição foram os portugueses no século 16 durante o período de colonização, mas tiveram diversas misturas na festa junina brasileira. A nossa quadrilha é adaptada de uma dança francesa, os fogos de artifício são costumes chineses, e as dancinhas com fitas coloridas são tradições espanholas. Tudo isso somado aos costumes dos indígenas e também dos africanos.

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Os primórdios

Muito antes da Igreja Católica celebrar essa data, durante a Idade Média ou até antes disso, alguns povos pagãos já comemoravam o solstício de verão (no hemisfério norte), homenageando os deuses da natureza e da fertilidade. As fogueiras inclusive faziam parte dessa festa, que celebrava o início da colheita e por isso tinha tanta comilança. Aqui no Brasil, coincidentemente, os índios já celebravam em junho a agricultura e faziam rituais nessa época.

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Então, a igreja passou a “catequizar” a data, incorporando um caráter religioso às características, como a celebração de três santos no mês de junho. A fogueira, que originalmente era para afastar maus espíritos, foi ligada ao fato de que Santa Isabel, mãe de São João, acenderia uma fogueira quando ele nascesse. Os primeiros países a celebrar a festa junina foram Portugal, Itália, Espanha e França.

As festas juninas brasileiras

Claro que o Brasil todo comemora com várias brincadeiras, quadrilhas e comidinhas, mas é no Nordeste e no interiorzão de São Paulo que predomina o arraial. As cidades de Campina Grande e Caruaru até competem todo ano para ver qual é a melhor.

As quadrilhas em volta da fogueira não podem faltar, e as mulheres capricham nos vestidos de chita coloridos e repletos de fitinhas, enquanto os homens vestem suas camisas xadrez e calças remendadas. A dança vem da França, onde existia uma dança de salão chamada quadrille. Hoje ela é vista também como uma encenação, já que existe um casamento fictício na quadrilha. O forró também é um ritmo comum nas festas juninas.

Antigamente, era comum soltar balões, pois acreditava-se que levaria pedidos para os santos no céu. Também há a versão de que é um aviso de que a festança vai começar. De qualquer forma, hoje em dia não vemos muitos balões, porque a prática é proibida no Brasil desde 1965, já que os balões podem causar incêndios e consequentemente mortes.

Brincadeiras típicas

No Sudeste do Brasil, é muito comum que entre os meses de junho e julho aconteça a famosa quermesse. É uma enorme festa junina organizada por escolas ou igrejas de cada cidade, com diversas barraquinhas onde você pode comer bastante e se divertir com as brincadeiras típicas.

Entre elas as mais famosas são a pescaria, onde você “pesca” um prêmio, o correio elegante, que você pode mandar anonimamente para o crush da quermesse. A boca do palhaço também é um clássico onde você deve acertar bolinhas dentro da boca do palhaço em três tentativas no máximo. E cada lugar vai adaptando suas brincadeiras típicas à festança.

Comer e comer

As comidas típicas de festa junina são muito queridas pelo público do arraial. O milho é o principal ingrediente dos quitutes: pamonha, pipoca, canjica, curau. Junho é o principal mês de colheita do milho, e por isso ele é tão especial na festa. Mas além disso tudo, não pode faltar maçã do amor, pé de moleque, arroz doce, vinho quente e um bom caldo verde pra aquecer, já que aqui no Brasil junho é um mês que costuma fazer bastante frio. Amendoim, mandioca e cachorro quente também costumam estar presentes.

E, no dia de Santo Antônio, pãezinhos são distribuídos para serem colocados junto com outros alimentos, para que nunca falte comida em casa. As mulheres que querem se casar devem comer o pãozinho, já que Santo Antônio é conhecido como o santo casamenteiro, e existem várias simpatias com o santinho. Nas igrejas, é feito um bolo doce confeitado gigante, assado com mini figurinhas de Santo Antônio dentro da massa. A sortuda que pega o pedaço com a medalha dentro terá casamento na certa, ou o pretendente estará a caminho.

Outra simpatia envolvendo Santo Antônio é a de amarrar uma fita vermelha em uma estátua, dando nós, rezar pedindo por um namorado e virar o santinho de cabeça pra baixo no final. Segundo a simpatia, você só deve desvirar o Santo Antônio depois que conseguir um pretendente.

No Nordeste

Apesar de ser uma região que sofre com a seca, acontece de chover em alguns momentos, e é durante o mês de junho que os nordestinos aproveitam para agradecer as chuvas, que ajudam a manter a agricultura da região.

As festas juninas nordestinas são muito famosas, e atraem turistas de todo o Brasil e até mesmo do mundo. Não é raro ver estrangeiros que não falam português presentes nas celebrações em homenagem aos três santos. Claro que isso é ótimo pois aquece o turismo e o comércio local e ajuda a fomentar a economia.

A festa de São João que acontece em Campina Grande, na Paraíba, é considerada a maior festa junina do mundo. O evento dura 31 dias e comemora o dia de São João com danças e espetáculos. A primeira edição foi em 1983 e desde então acontece no Parque do Povo.

Entre as diversas atrações do evento, estão o casamento coletivo, no dia de Santo Antônio, que é uma oportunidade para casais que não têm tanto dinheiro para se casar. Tem direito até mesmo a queima de fogos.

Também é comum no Nordeste que tenha um tipo de “passeata”, com os chamados grupos festeiros. Eles saem cantando e dançando pelas ruas. Existe a tradição de deixar quitutes típicos juninos nas portas e janelas para que os grupos possam comer e beber.

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